
Hoje, 15 de maio, o Senado Italiano aprovou um projeto de lei. Este projeto altera significativamente as regras de obtenção de cidadania italiana, impactando descendentes de italianos no Brasil e em outros países.
Este novo decreto, que ainda precisa ser aprovado pela Câmara dos Deputados, busca restringir o acesso à cidadania por meio do princípio do “jus sanguinis”, ou seja, direito de sangue.
Desde a unificação da Itália, em 1861, qualquer pessoa que comprovasse ter um ancestral italiano podia solicitar a cidadania. Mas, com as novas regras, esse direito será limitado a netos de cidadãos nascidos na Itália. Agora, é necessário que pelo menos um dos pais ou avós tenha nascido em território italiano.
O Impacto das Novas Regras
Este decreto, assinado por Giorgia Meloni, primeira-ministra da Itália, busca evitar abusos e tornar o processo mais rigoroso. Muitos, recentemente, buscaram a cidadania italiana somente para usufruir dos benefícios de ser cidadão europeu. Já que com o passaporte, podem viver em qualquer país da União Europeia, sem realmente ter um vínculo cultural genuíno com a Itália.
Além disso, estima-se que essa mudança possa impactar fortemente os ítalo-descendentes. Especialistas, como Matheus Reis, afirmam que a maioria dos processos em andamento, caso sejam afetados, representam cerca de 95% dos brasileiros que hoje têm direito à cidadania. Isso porque muitos têm bisavós ou trisavós como último descendente italiano comprovado.
Crescimento dos Pedidos de Cidadania Italiana e Reações
Nos últimos anos, o número de pessoas fora da Itália que obtiveram cidadania aumentou consideravelmente. Entre 2014 e 2024, houve um salto de 40% no número de cidadãos italianos vivendo no exterior.
Países como Brasil e Argentina lideram as estatísticas de reconhecimento tardio, conforme apontado pelo Ministério das Relações Exteriores da Itália.
O ministro das Relações Exteriores, Antonio Tajani, comentou que empresas têm lucrado significativamente ajudando pessoas a rastrear ancestrais e realizar os pedidos necessários.
Ele destacou que o governo italiano está trabalhando para coibir tais práticas e que, futuramente, os pedidos serão processados diretamente em Roma, aliviando a carga dos consulados no exterior.
Consequências e o Futuro
Essa mudança vem em um momento crucial para a Itália, que enfrenta um declínio demográfico. Com cerca de 59 milhões de habitantes, o país precisa equilibrar sua população, mas também garantir que aqueles que se tornam cidadãos realmente compartilhem dos valores e tradições italianas.
Para os ítalo-brasileiros, é hora de avaliar os documentos e, se possível, iniciar o processo de reconhecimento de cidadania italiana o quanto antes, especialmente para aqueles que ainda estão dentro dos critérios atuais. Para alguns, isso pode ser visto como uma oportunidade, enquanto para outros pode ser o fechamento de uma porta.
Reflexão Final
Ser cidadão italiano é mais do que ter um passaporte europeu. As novas regras do Senado Italiano trazem à tona a importância de um verdadeiro vínculo com a Itália. Para muitos, é uma oportunidade de conexão com suas raízes. Já para outros, um convite a entender mais sobre a história e cultura italiana.
Em conclusão, essas mudanças despertam uma reflexão importante sobre a cidadania: ela deve ser um compromisso cultural e pessoal, além de um direito legal. Enquanto esperamos a decisão final da Câmara dos Deputados, muitos já começam a reorganizar seus planos, repensando o que realmente significa ser italiano.
Lembre-se, as novas regras votadas pela maioria no senado italiano ainda precisam ser sancionadas. Portanto, é essencial acompanhar de perto as notícias e garantir suas reivindicações antes que as mudanças entrem em vigor!
Fontes: CNN Brasil | Folha de S.Paulo | CBN